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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Próxima actuación no Encontro de Vilancicos de Abegondo



Tres anos despois voltamos para o vicinho concelho da "matança" para participarmos na VII edición do Encontro de Corais e Vilancicos de Abegondo. Será este sábado 28 de decembro, supomos que no Local Social de Mabegondo, ainda que neste momento non dispomos desa información, como tamén non das corais participantes. Se se mantén a tónica dos últimos anos, seremos unha meia ducia de agrupacións musicais da comarca as que acompañemos ás duas corais do concello.


INFORMACIÓN NA IMPRENSA
La Opinión de A Coruña, Sábado 28 de decembro


A información tirada da imprensa local confirma e precisa o que dicíamos antonte. Participaremos sete corais, as duas locais, Coro Municipal da Terceira Idade de Abegondo e Coral Parroquial de San Tirso, mais catro da comarca, "Coral de Lubre Luar da Lúa, Coral Polifónica de Betanzos, Coral de Coirós e Coral de Sigrás, e nós. Mas parece que mudou o nome o ano pasado e o encontro se chama agora "Certame de Vilancicos"... Nós interpretaremos "Duerme  el Niño Jesús" (Hawai), "Por los caminitos de Jerusalén" (tonada pampeana, Arxentina) e "Arre borriquita" (anónimo).

ETIMOLOXÍA DOS TOPÓNIMOS PRINCIPAIS DA COMARCA
Betanzos - Abegondo - Magegondo - Meangos - Cullergondo - Cines - Bergondo - Guísamo - Lubre

Para compensar a falta de información incluimos as pasaxes en que Higino Martins analisa a (hipotética) etimoloxía dalguns importantes topónimos da comarca, a maioria deles auténticos hápax.

Fonte: Higino Martins Esteves, As Tribos Calaicas. Proto-história da Galiza à luz dos dados linguísticos (Edições da Galiza, 2008). Edição em PDF

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Vimos Betanços vir do céltico *WEÞANTION “substantium, que está debaixo”. O velho topónimo na verdade é da beira esquerda, terra dos *BRÍGANTES ou *BRIGANTĒNOI, que se verá depois. Quanto a este, chegue ora dizer que “está mais abaixo” de Avegondo, Mavegondo e Culhergondo. [...]

10. Perdeu-se de todo a mitologia céltica?

Deixei fora Avegondo e Bergondo, porque aí vigem juntas certamente umas pegadas que muito tempo me alucinaram, sem poder acreditar o que percebia. No caminho que desce do Meijão (Mesom) do Vento para Betanços, vemos um lugar de nome bem enigmático, Avegondo, cujo étimo darei sem mais por fazer parte de uma estrutura que se explica só: célt. *AD-WEGÓNITON “para embaixo da Batalha ou Matança”. Eis a prep. AD, próxima da latina; a prep. e pref. WE “sub”, variante hispana de WO (ie. *upo); e GONITON, deverbal de GONI- “abater, ferir; combater, matar”, bem documentado na Galiza, da raiz *gwhen- “bater; combater”[nota 82], cf. germ. *gunþiō “batalha”, gr. φόνος “matança; homicídio”, lat. ()fendō, (of)fendō. No gaél. há guin (*GONI) “ferida, abatimento” subst. e nome verbal de gonim “eu firo, abato”.

Seguindo quatro quilómetros chega-se a Mavegondo, de *MA-WEGÓNITON. Em gaélico ma é conjunção condicional. As condicionais usam vir de advérbios de afirmação (ou confundir-se na origem): lat. sei-ce > sīc, sei > , gr. εἰ (< *sei). O valor afirmativo que se supõe na língua antiga, vemo-lo na partícula enclítica sânscrita -sma ou -smā “certamente”, e talvez no -met do lat. egomet. Logo *MA-WEGÓNITON era “justamente embaixo da Batalha”.

Situados no lugar justo, cumpre mirar arredor. Dos pontos cardeais julgavam-se “abaixo” tanto o Norte, etimologicamente “inferior; infernal”, quanto o Oeste, onde o sol desce. Eram “arriba” o Sul meridiano e o Leste do sol a levantar-se. Perpendicular à mão direita, a sueste, é Culhergondo, de *KUKLEUROGÓNITON “a Batalha famosa (= “que tem sido ouvida”)”. Entre Mavegondo e Culhergondo vemos Meangos (*mediānicōs), reforçando estrutura. A raia do concelho de Avegondo faz um rodeio ectoplasmático para abranger Culhergondo, que, aliás, ficaria fora. Isso comprova a persistência tradicional do limite velho. Além dele, está o lugar de Cins, que é o híbrido *cinīs, ablativo-locativo latino do célt. *KINĀ “a deste lado” (a respeito de Culhergondo).

Continuando o caminho desde Mavegondo, ao cabo está Betanços, que vimos significar “substantium; que está (mais) abaixo”; é agora que vemos do quê. Temos uma estrutura coerente que tenta guardar a memória de uma Batalha de singular importância. Antes de esculcar o sentido destes vestígios, deitemos uma olhada noutro caso similar, em zona próxima, com o que talvez se articule.

A par da autopista do Atlântico, no concelho de Bergondo, uns seis quilómetros ao oeste de Betanços está Guísamo. Não há voz românica autóctone de tal sílaba inicial; germânica não é, e a desinência é de superlativo céltico. Donde virá Gui-? Pois de *GONI-, com queda do N, metafonia do I no O e elisão do ditongo a surgir. Assim se chega a um *GONÍSAMON. O que significa? “Batalhíssima, Matancíssima”, ou, melhor, “a Batalha mais grande”. Pôr desinências de adjetivo aos substantivos não é estranho; dá-se amiúde na busca expressiva.

Além de Guísamo, seguindo ao norte, chegamos a Bergondo, de *WERGÓNITON “além da Batalha”, de WER “sobre” como lat. super- em supertamaricos. É uma outra estrutura.

Na comarca houve memória de duas batalhas, “a mais grande” e “a de larga fama”. De que se trata tudo isto? Chega ler um manual qualquer de mitologia céltica para ver que os gaélicos falavam em duas batalhas míticas, a primeira e a segunda Batalhas de Mag Tuired (inglês Moytirra). Discutiu-se muito se foram uma, depois dobrada, ou uma histórica e a outra mítica; e houve ainda mais opiniões. Crê-se agora serem as duas míticas. Na primeira, Cét-cath Maige Tuired, os deuses recém-vindos à Irlanda conquistam-na. É derradeira fase do mito da criação ou, melhor, de começo do mundo (não concebiam a criação ex nihilo). Era a batalha dos deuses contra os gigantes do caos.

Na segunda das batalhas, Cath Dédenach Maige Tuired ou Cath Tánaiste Maige Tuired, trata-se da dos deuses da primeira e segunda funções contra os da terceira, que acaba em armistício e convivência, e logo um paralelo céltico da batalha dos nórdicos Asir e Vanir. Não é preciso abundar; leia-se a obra de Dumézil (aqui acautelamos contra as opiniões mitológicas de T. F. O’Rahilly, aliás genial historiador).

Disse-se que a localização irlandesa das batalhas na geografia real fora efeito tardio da evemerização. Ora bem, desde os documentos mais velhos, só tarde alterados, os irlandeses punham as duas na freguesia de Kilmactranny, pelo lago Arrow, condado de Sligo. Convido a debruçar-se no mapa da Irlanda. Espanta a semelhança do sítio com o da estrutura que vimos de descobrir. O seio marinho entre Connacht e Ulster parece-se com o das rias da Corunha, Betanços, Ares e Ferrol, ambos os dous virados para o noroeste. O testemunho calaico, insubornável na velha língua que o suporta, dirime a questão mitológica e situa no tempo pancéltico o mito das duas batalhas e o uso de localizá-las. Uso que, aliás, se dá por toda a parte: Estige, Averno, etc.

A leitura do caso não acaba. Ele põe a perspetiva do que vem do sul para Betanços ou Corunha, o que envolve a boa parte dos calaicos ártabros. Se fosse estrutura somente dos brígantes, viria do centro, da Brigantium. Se fosse de brigantes distantes peregrinando ao centro, viria do oeste. Na hipótese de ser reflexo trazido por irlandeses numa época moderna (incompatível com os dados da toponímia), seria uma estrutura estática, como na tradição gaélica (mas na Escócia, conquistada por irlandeses, não a vejo refletida). Logo a perspetiva do sul confirma ser património do conjunto dos ártabros. Esta estrutura calaica, mais complexa do que a gaélica (que põe as duas batalhas no mesmo lugar), tem o aspecto da autoctonia e mesmo de ser mais velha que a insular. Pode significar o empréstimo do sul ao norte? Não sigamos numa matéria que só a Irlanda parece interessar.

Qual o equivalente gaélico de *GONÍSAMON, “a matancíssima, mais grande”? A primeira, a criacional, que acabou na rota total dos Fir-Bolg-Gigantes, seria a de Guísamo, sito perto do mar, logo lugar de desembarco. A segunda, mais desenvolvida na Irlanda, melhor conhecida e mais narrada (o que quadra com “famosa”) coincide com a de Culhergondo, a da maior mediterraneidade.

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CULLERGONDO (E GUÍSAMO) E KILMACTRANNY

          
Localización da freguesía de Kilmactranny, ao carón do Lough Arrow. Para o noroeste,
as tres baias ou rias de Sligo, confluindo nun golfo muito semellante ao Golfo Ártabro.

          
Localización da freguesía de Cullergondo, ao carón do encoro de Cecebre.
Guísamo fica dirección norte. Para o noroeste, as tres/cuatro rías do Golfo Ártabro.

      
Curiosamente, o condado de Sligo penetra no viciño á altura de Kilmactranny,
do mesmo xeito que Abegondo-Cullergondo (fin da comarca brigantina das Mariñas)
penetra no territorio viciño.

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Fonte de imaxe (escudo dos Figue(i)roa, tamén relacionados cunha famosa e mítica batalha... A advocación da sua igrexa parroquial é San Miguel)

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